Seis anos após o massacre de Altamira, as marcas deixadas por essa tragédia seguem visíveis e escancaram a fragilidade e a desumanização do sistema prisional brasileiro. O episódio, ocorrido em julho de 2019 no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), resultou na morte de mais de 60 pessoas — 53 delas homens negros — e expôs de forma brutal as graves violações de direitos humanos e o racismo estrutural que atravessa as prisões no país.
Desde então, a Plataforma Dhesca, em articulação com movimentos sociais da região, sobreviventes e familiares, tem atuado na denúncia do racismo institucional e da violência sistemática tanto nas prisões quanto nos Reassentamentos Urbanos Coletivos (RUCs) impactados pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
O primeiro relatório, lançado ainda em 2019, revelou o cenário de superlotação, condições desumanas e violência constante, diretamente ligados aos impactos sociais e econômicos impostos pela usina. Entre 2021 e 2022, o relator Udinaldo Júnior atualizou o documento, revisou as recomendações e acompanhou de perto o agravamento das violações durante a pandemia de COVID-19.
A luta por justiça e pela responsabilização do Estado brasileiro segue como uma urgência. A Plataforma Dhesca e a sociedade civil seguem mobilizadas nessa denúncia.