Notícias

Fazendeiros responsáveis por massacre de indígenas em Caarapó são presos

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da força-tarefa Avá Guarani, obteve nesta quinta-feira (18) a prisão preventiva de fazendeiros envolvidos no massacre de indígenas Guarani-Kaoiwá que ocupavam a Fazendo Yvu, em Caarapó (MS). O ataque aconteceu o dia 12 de junho deste ano e resultou em nove indígenas feridos e na morte de Clodiodi de Souza Guarani-Kaiowá.

Os mandados foram cumpridos por agentes da Polícia Federal em Dourados, Campo Grande, Caarapó e Laguna Caarapã, que também realizaram buscas e apreensões. Os fazendeiros são acusados pelos crimes de formação de milícia privada, homicídio, lesão corporal, constrangimento ilegal e dano qualificado.

Segundo o MPF, a decretação das prisões preventivas visa à garantia da ordem pública e objetiva evitar novos casos de violência às comunidades indígenas da região – que já sofreram novo ataque, em 11 de julho, quando outros três índios foram feridos, dois deles, adolescentes.

Relatoras se posicionaram sobre o episódio

A Relatora de Direitos Humanos e Povos Indígenas da Plataforma Dhesca, Erika Yamada, enviou no dia 14 de junho um comunicado à Relatora Especial da ONU sobre Povos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, denunciado o massacre.

No documento, Erika Yamada pedia à Relatora da ONU que solicitasse informações dos governos Federal e Estadual do Mato Grosso do Sul sobre as medidas tomadas para punir os responsáveis pelos crimes e prevenir que novas ações como esta aconteçam.

No dia 22 de junho a Relatora da ONU emitiu um comunicado condenando o ataque. “Lamento que, apesar de meus alertas anteriores, as autoridades federais e estaduais tenham fracassado em adotar medidas rápidas para prevenir a violência contra povos indígenas”, afirmou Victoria Tauli-Corpuz.

* Com informações do MPF