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Forças Armadas deflagram megaoperação nas favelas da Maré e nos Complexos do Alemão e da Penha
Foto: Reprodução – Agência Brasil Fotografias
Vimos a público manifestar o nosso repúdio à megaoperação das Forças Armadas nas favelas da Maré, dos Complexos do Alemão e da Penha. Desde o início da madrugada de hoje, 4.200 agentes das Forças Armadas e cerca de 70 policiais civis estão na região com uso de blindados e até helicópteros.
Os relatos dos moradores evidenciam diversas violações e situações de abuso. Já são horas de tiroteio, as aulas estão suspensas, pessoas estão sendo detidas, casas invadidas e ruas interditadas por tanques de guerra. Segundo informações oficiais, há 6 mortes confirmadas, porém, moradores afirmam que há corpos na mata que interliga o Alemão e a Penha e que parentes estão sendo impedidos de ir até o local.
Em vigor desde fevereiro de 2018, a intervenção federal militar no Rio de Janeiro vem promovendo sucessivas ações de violência contra as pessoas que residem nas regiões periféricas do Rio de Janeiro. Diversos estudos demonstram a sua ineficácia e o aumento expressivo de chacinas, homicídios e tiroteios, por exemplo. Segundo a plataforma Fogo Cruzado da Anistia Internacional, até o dia 15 de agosto, já se somam mais de 4.890 tiroteios — um total de quase 215 horas de tiros — , mais de 740 mortos e mais de 620 feridos.
Exigimos o posicionamento imediato das autoridades públicas do Rio de Janeiro e demais organismos estatais a fim de prestar esclarecimento sobre as violações constantes que as populações das favelas assombradas por estas megaoperações vem sofrendo, principalmente, sobre a que está em andamento há mais de 12 horas nos Complexos da Maré, do Alemão e da Penha. Aproveitamos, ainda, para expressar nossa solidariedade a todas as famílias que estão arcando com as consequências desta intervenção militar descabida.
Assinam esta carta:
Ação Educativa – Assessoria, Pesquisa e Informação
Cfêmea – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
Criola
FASE
Geledés – Instituto da Mulher Negra
IBASE
INESC
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Instituto Pólis
Instituto Vladimir Herzog
Justiça Global
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Oxfam Brasil
Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH
Terra de Direitos