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Operação Verão: Mortes, Torturas, Invasões e Encarceramento em Massa

A Operação Verão chegou ao fim nesta segunda-feira (1º de abril), de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), após quatro meses de implementação. Com 56 mortes e mais de 1.000 pessoas detidas, o Secretário Guilherme Derrite e o governo de Tarcísio afirmam que a operação atingiu seus objetivos e que planejam manter reforços militares e ações policiais similares como parte da rotina, argumentando que a ação contribuiu para a redução da criminalidade.

No entanto, considerada a ação mais letal do Estado desde o massacre do Carandiru, a Operação Verão está envolta em uma série de violações dos direitos humanos, especialmente contra a população preta, pobre e periférica da Baixada. As violências se intensificaram após a morte do PM da Rota, Samuel Cosmo. Um relatório elaborado pelo ouvidor Cláudio Aparecido da Silva, após uma visita aos bairros periféricos de Santos e São Vicente, entre os dias 7 e 9 de fevereiro, revelou “cinco casos de execução sumária, uma tentativa de execução, duas invasões ilegais de domicílio e seis relatos de abusos policiais durante abordagens. Nos três dias mencionados no documento, foram registradas oito vítimas fatais em Santos e São Vicente”, de acordo com o G1.

Testemunhas e familiares relatam que as abordagens sempre envolviam abuso de força policial. Entre as vítimas haviam pessoas com deficiência física, os locais dos assassinatos foram alterados antes da chegada da perícia, e os boletins de ocorrência foram negados nas delegacias. Além disso, moradores afirmam terem sido torturados dentro de suas próprias casas.

A Plataforma de Direitos Humanos, Dhesca Brasil, considera inaceitável que esse tipo de ação seja apresentado como um sucesso pelo Estado de São Paulo. Esse genocídio tem cor, tem alvo e classe social. Não podemos aceitar a criminalização imposta pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) contra os corpos periféricos. Exigimos justiça em memória dos nossos mortos e pela dignidade do nosso povo. Nosso corpo não pode ser um troféu nas mãos de governadores sanguinários!

Nossa luta por justiça, pelos familiares, contra o genocídio da população preta, pobre e periférica, continua !