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Um Apelo Público pela Democracia a FHC, Ciro Gomes, Marina Silva e Joaquim Barbosa

Dez ativistas cobram apoio de FHC, Ciro Gomes, Marina Silva e Joaquim Barboso à candidatura de Fernando Haddad em defesa da democracia brasileira.

Margarida Genevois, Djamila Ribeiro, Ivo Herzog, Denise Carreira, Eloisa
Machado, Maria Victória Benevides, Silvia Pimentel, Flávia Schilling, Marcos Sorrentino e Nilo d´Ávila

Estamos aqui para apelar a vocês pelo futuro do nosso país, pelo nosso
povo, pelas nossas crianças, adolescentes e jovens. Como ativistas de direitos
humanos e ambientalistas reconhecidos no Brasil e internacionalmente, que
contribuíram para o fortalecimento da sociedade civil nas últimas décadas e
que votaram no primeiro turno em diferentes partidos, estamos aqui para pedir
que, neste momento extremamente dramático da democracia brasileira, vocês
coloquem as diferenças partidárias de lado. Pedimos que somem forças, de
forma engajada, em prol da candidatura de Fernando Haddad. Temos pouco
tempo!

Vocês são grandes lideranças do nosso povo, com trajetórias
comprometidas com a construção democrática de nosso país. Este é o
momento de se posicionar mais explicitamente e agir.  O engajamento de
vocês pode mudar o rumo deste momento histórico.
Vocês sabem: a vitória de Jair Bolsonaro levará o país a um gigantesco
retrocesso e quem mais sofrerá será a população mais pobre, negra, do campo
e das periferias, as pessoas LGBT, as mulheres – em especial, as mulheres
negras e indígenas – e o meio ambiente.

A vitória do candidato do PSL aprofundará ainda mais a destruição
ambiental, o desmatamento de nossas florestas, a destruição dos
ecossistemas e dos bens comuns. A vitória de Bolsonaro estimulará ainda mais
o ódio, o racismo, o preconceito, as perseguições, a violência: do cotidiano às
instituições públicas. Neste exato momento, os ataques contra pessoas que
discordam do candidato se multiplicam em vários lugares do país.
Sabemos que o que está em jogo não é a disputa entre dois candidatos
comprometidos com a ordem democrática e com a Constituição Federal de
1988. Por isso, precisamos ativamente do poder de convocatória de vocês para
barrar essa ameaça, para alertar o nosso povo – mulheres e homens – das
manipulações que estão sendo promovidas por meio das chamadas fake news
(para as quais, nossa democracia tem se mostrado tão despreparada) e  selar
um voto de confiança em Fernando Haddad.

Ao mesmo tempo estaremos juntos exigindo de Haddad e do Partido dos
Trabalhadores o compromisso público de promover ativamente essa aliança
política do campo democrático e de priorizar em sua agenda de governo uma
profunda reforma política, considerando propostas já amplamente discutidas na
sociedade brasileira, como a da Plataforma pela Reforma do Sistema Político.

Precisamos de vocês juntos neste momento político! Precisamos de
gestos grandiosos e ousados, em prol de algo muito maior e que vai fazer toda
a diferença na vida de milhões e milhões de crianças, adolescentes, jovens a
adultos e no futuro do país. É isso o que importa!
Margarida Genevois, integrante histórica da Comissão de Justiça e Paz de São
Paulo;
Djamila Ribeiro, filósofa, feminista negra e acadêmica brasileira. É pesquisadora e
mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo.
Ivo Herzog, presidente do Conselho do Instituto Wladimir Herzog;
Denise Carreira, feminista, integrante da coordenação da Ação Educativa e da
Plataforma DHESCA e defensora do direito à educação de meninas e mulheres da
Rede Internacional Gulmakai a convite da Prêmio Nobel Malala Yousafzai;
Eloisa Machado, professora, advogada do Coletivo de Advogados em Direitos
Humanos (CADHU), ganhadora do Prêmio Outstanding International Woman Lawyer
2018, da International Bar Association IBA;
Maria Victória Benevides, professora da Faculdade de Educação da USP e diretora
da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Direitos Humanos;
Silvia Pimentel, advogada, professora da Pontifícia Universidade Católica (SP),
cofundadora do Comitê Latino-americano e do Caribe em Defesa dos Direitos da
Mulher e ex-presidente do Comitê da ONU sobre a Eliminação da Discriminação
contra as Mulheres (CEDAW);
Flávia Schilling, escritora, socióloga e professora livre-docente da Universidade de
São Paulo. Foi integrante do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos e da
Cátedra Unesco de Educação para a Paz, Democracia, Direitos Humanos e
Tolerância;
Marcos Sorrentino, ambientalista, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz da USP, fundador da Rede Brasileira e da Rede Lusófona de Educação
Ambiental.
Nilo d’Avila, ambientalista, engenheiro florestal. Foi integrante do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA) e do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais.