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Plataforma Dhesca Brasil passa a monitorar caso Brumadinho e manifesta solidariedade a atingidos

A Plataforma Dhesca Brasil lança nota pública para manifestar solidariedade às famílias atingidas pelo rompimento da barragem de Brumadinho e reafirma seu compromisso de monitorar os direitos humanos, acompanhando o caso.

A Plataforma Dhesca Brasil, em nome das mais de 40 organizações que a constitui, vem a público manifestar solidariedade às famílias atingidas pelo rompimento da barragem de Brumadinho. O crime ambiental cometido pela empresa Vale aconteceu no dia 25 de janeiro na região metropolitana de Belo Horizonte e soma, até o momento*, cerca de 84 mortes, 276 desaparecimentos e 192 resgates.

Passados apenas três anos da maior tragédia de mineração – o caso Mariana – , o Brasil se vê novamente diante de um crime que leva a morte de centenas pessoas, com gravíssimas consequências emocionais e materiais para seus familiares e demais sobreviventes; de rios, de animais e da vegetação. O Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB afirma que, desde 2015, inúmeras denúncias vem sendo feitas por conta do risco de rompimento de barragens do Complexo situado na Bacia do Paraopeba e, mesmo assim, a ampliação da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, foi aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental em dezembro de 2018.

A barragem rompida tem capacidade de 1 milhão de m³ de rejeitos que agora serão derramados no Rio Paraopeba. Apesar de a Vale relatar, em entrevista, um “esforço imenso” para garantir a segurança da operação, com a promoção de treinamento e simulação com acionamento de sirene, no momento do rompimento, a população relata que não houve qualquer tipo de aviso e nenhum cumprimento dos planos de ação.

Reafirmando seu compromisso em monitorar os direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais, bem como de denunciar o desmonte anunciado da legislação ambiental, a Plataforma Dhesca Brasil irá monitorar e acompanhar o caso de Brumadinho, e exige que o Estado brasileiro e a empresa envolvida garantam transparência nas informações e permanente diálogo com a população atingida e com os movimentos sociais, além  da devida apuração deste crime contra a vida humana e aos ecossistemas locais.

*Atualização em 30 de janeiro de 2019, às 16h30.