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Plataforma Dhesca divulga resultado do edital Memória Popular da Pandemia

Foram contempladas 10 organizações sem fins lucrativos, coletivos e movimentos sociais das regiões norte, centro-oeste e/ou sul.

Nesta quinta-feira (30), a Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil, rede formada por 47 movimentos sociais e organizações e articulações da sociedade civil, divulga os resultados do edital Memória Popular da Pandemia. O edital tem como objetivo fortalecer, a partir do registro, as resistências, narrativas, experiências e estratégias populares no contexto da pandemia de Covid-19. Foram recebidas 93 propostas de organizações sem fins lucrativos, coletivos e movimentos sociais das regiões norte, centro-oeste e sul.

Lançada em 9 de setembro, a chamada visava financiar até 6 (seis) entidades para coletarem no mínimo 15 (quinze) relatos cada sobre experiências cotidianas durante a pandemia, recebendo um recurso de fomento no valor de R$5.000, 00. Dado o grande volume, a diversidade e a qualidade das propostas recebidas, a Plataforma Dhesca ampliou para 10 (dez) contempladas. As propostas submetidas ao edital foram analisadas por um Comitê de Seleção, composto por relatoras/es de direitos humanos, secretaria e coordenação executiva da Plataforma Dhesca.

Conheça as propostas contempladas pelo edital

  • Centro de Documentação e Memória da Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso – Região Norte
  • AMAZOOM – Observatório Cultural da Amazônia e Caribe | Região Norte
  • Museu Paiter A Soe | Região Norte
  • Associação de Afroenvolvimento Casa Preta | Região Norte
  • Yarn Bombing’nhas Grupo de Manualidades | Região Sul
  • Instituto Equipe de Educadores Populares | Região Sul
  • Associação Nariz Solidário | Região Sul
  • Associação Mais Liberdade | Região Centro Oeste
  • Rede de Redução de Danos e Profissionais do Sexo do Distrito Federal e Entorno “Tulipas do Cerrado” | Região Centro Oeste
  • Organização Olívia Gama |  Região Centro Oeste

Ainda essa semana, as organizações, coletivos e movimentos contemplados devem ser contatados pela Plataforma Dhesca para formalizar o fomento e receber orientações e subsídios sobre como coletar os relatos para a Memória Popular da Pandemia.

Memória Popular da Pandemia

Lançada pela Plataforma Dhesca em 2020, a Memória Popular da Pandemia é uma iniciativa de registro de relatos no contexto da pandemia de Covid-19. É uma ferramenta de escuta individual e coletiva; um espaço para contar, ouvir, trocar e registrar relatos sobre como tem sido a vida durante a pandemia. Inspirado no conceito de escrevivência, o projeto teve um lançamento marcado por uma live com a escritora Conceição Evaristo, que falou sobre a importância de registrar as histórias das pessoas.

“Eu fico pensando na importância de registrar esses momentos que nós estamos vivendo nessa pandemia. Porque, historicamente, as populações que sofreram processos de dominação, ou os coletivos que ainda hoje sofrem processos de exclusão por quaisquer que sejam os motivos, talvez o que sustente esses grupos emocionalmente seja a possibilidade da fala, a possibilidade de contar, a possibilidade de narração”, relatou Conceição Evaristo na inauguração da Memória Popular da Pandemia.

Além da escritora, o lançamento contou ainda com a presença de relatoras/es e ativistas em direitos humanos. No evento, foi lançado um vídeo convocatório, que conta um pouco sobre os objetivos da Memória Popular da Pandemia e convida pessoas e coletivos a enviarem seus relatos para a iniciativa.

Mergulho em um acervo de memórias

Para registrar e divulgar os relatos coletados, a Memória Popular da Pandemia inaugurou, em agosto de 2021, uma plataforma virtual atualizada. O espaço conta com um patrimônio de mais de sessenta depoimentos e possibilidade de navegação interativa, com mecanismos de filtragem de relatos por gênero, raça e estado, busca por palavra-chave e imersão em memórias.

Entre os depoimentos figuram histórias de incerteza, angústia, tristeza e luto. Mas despontam também iniciativas inspiradoras de solidariedade, palavras de esperança e relatos de luta de pessoas, coletivos e movimentos sociais. Ações que não apenas expõem o descaso do Estado e a potencialização das desigualdades, presentes antes da pandemia, mas desafiam o sistema social que produz e reproduz as crises, apontando para novos modos de produzir, consumir e viver em sociedade.