Cinco anos depois do massacre de Altamira, as consequências desse evento ainda são muito visíveis, mostrando a fragilidade e a desumanização do sistema prisional no Brasil. O massacre, que aconteceu em julho de 2019 no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), resultou em mais de 60 mortes, sendo 53 delas de homens negros. Esse episódio chocante revelou as graves violações de direitos humanos e o racismo estrutural nas prisões brasileiras.
Desde então, a Plataforma Dhesca, com a ajuda dos movimentos sociais locais e dos sobreviventes e suas famílias, tem trabalhado para denunciar o racismo e a violência nas prisões e Reassentamentos Urbanos Coletivos (RUCs) na região. O primeiro relatório, lançado em 2019, destacou as condições horríveis, a superlotação e a violência enfrentada pelos presos, que estão muito ligadas às mudanças sociais e econômicas causadas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Entre 2021 e 2022, o relator Udinaldo Júnior atualizou o relatório, revisando as recomendações e acompanhando o agravamento das violações durante a pandemia. A busca por justiça e a responsabilização do estado brasileiro continua sendo uma demanda urgente da sociedade civil e da Plataforma Dhesca.