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Campanha “Somos Todxs Defensorxs” é lançada com roda de conversa em São Paulo

Com uma roda de conversa que reuniu defensoras e defensores de direitos humanos que sofrem ameaças em razão de sua atuação foi lançada no dia 7 de maio, em São Paulo, a campanha “Somos Todxs Defensorxs”.

O objetivo da campanha, que é um dos frutos do projeto “Fortalecendo o protagonismo de redes e articulações de direitos humanos no País”, realizado pelo Fundo Brasil, é dar visibilidade a casos de criminalização das defensoras e dos defensores, chamando a atenção para os processos de coerção e de violação de direitos de comunidades inteiras e seus porta-vozes.

A campanha é coordenada por Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil, pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Coletivo Brasil de Comunicação Social – Intervozes e Justiça Global, com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos.

Marinalva Santana, do Grupo Matizes e do MNDH, abriu a roda de conversa dando um panorama da luta do movimento LGBTT no Piauí. A defensora sofreu ameaças de morte via redes sociais que partiram de um grupo que se denomina “Irmandade Homofóbica”. O caso está sendo investigada pela justiça.

Renato Souto, que também integra o MNDH, relatou as ameaças que vem sofrendo na defesa dos direitos das crianças e adolescentes no Amazonas. Ele já denunciou até casos de abuso sexual de crianças e adolescentes envolvendo integrantes do poder público, entre eles vereadores, prefeitos e até conselheiros tutelares. O defensor chegou a receber uma coroa de flores em sua casa com uma carta dizendo que ele era o “próximo da vez”.

Atuante na defesa das pessoas que participam das manifestações populares que tiveram início em junho do ano passado, o advogado do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), Thiago Melo, relatou o processo de criminalização que sofreu pelo jornal “O Globo”. Ele foi acusado de ser “inimigo da democracia” por garantir o direito de defesa dos manifestantes. “Amanhã vai ser maior. Estamos na luta por direitos”, disse.

Num relato emocionado sobre a situação dos indígenas Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul, Adélcia Veron, do conselho de mulheres da Aty Guasu falou da responsabilidade do Estado no processo de criminalização e pelas violações de direitos. “Nós queremos a liberdade, não o sofrimento imposto pelos governantes. Todo o derramamento de sangue será cobrado”, afirmou Adélcia.

Ládio Veron, liderança indígena Guarani Kaiowá e membro da Aty Guasu, denunciou o avanço do extermínio da população indígena no Mato Grosso do Sul. Para ele, a vulnerabilidade se dá por causa da morosidade no processo de demarcação das terras. “Temos que nos unir na luta contra o latifúndio”.

Claudia Fávaro, do Comitê Popular da Copa do Rio Grande do Sul, contou das ameaças que sofreu após a participação em uma manifestação no dia 8 de março de 2013, numa área onde cerca de 1500 pessoas seriam removidas. A defensora relatou também a intensificação do processo de criminalização dos movimentos sociais no Rio Grande do Sul, após a Jornada de Junho, onde várias companheiras e companheiros tiveram suas casas invadidas pela Policia Federal.

As defensoras e os defensores que participaram da roda de conversa gravaram seus depoimentos, que em breve estarão disponíveis nas redes sociais e farão parte de um documentário que será lançado em dezembro deste ano.

>> Curta a fanpage da campanha: www.facebook.com/SomosTodxsDefensorxs

 


Marinalva Santana (Grupo Matizes)


Renato Souto (MNDH)


Thiago Melo (DDH)


Adelcia Veron (Aty Guasu)


Ládio Veron (Aty Guasu)


Cláudia Favaro (Comitê Popular da Copa/RS)