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Plataforma Dhesca participa do Encontro Global do Fight Inequality Alliance na Zâmbia 

Ana Claudia Mielke e Denise Carreira representaram a Plataforma na visita ao país. Política econômica de austeridade, financiamento das políticas sociais, desemprego, fome, racismo, sexismo, democracia e a situação dos direitos humanos foram questões discutidas no encontro.

Entre os dias 16 e 20 de junho, aconteceu o Encontro Global da Fight Inequality Alliance (FIA) na Zâmbia. A Plataforma Dhesca Brasil integrou grupo de organizações, ativistas de direitos humanos e, movimentos sociais que se unem para combater a as desigualdades sistêmicas em todo o mundo.

A quinta edição do encontro aconteceu na província de Copperbelt, na Zâmbia, e foi uma oportunidade para as organizações participarem de uma ação pelos direitos das comunidades afetadas pela mineração liderada por movimentos locais. Para a FIA, as alianças nacionais são o principal motor da mudança nos países, apoiado pela solidariedade e ação regional e internacional.

Grupo se reuniu com a comunidade Kankoyo (Zâmbia)

Ana Claudia Mielke e Denise Carreira representaram a Plataforma na visita ao país.  Política econômica de austeridade, financiamento das políticas sociais, desemprego, fome, racismo, sexismo, democracia e a situação dos direitos humanos foram questões discutidas no encontro.

Na ocasião, o grupo participou de uma reunião com representantes da comunidade de Kankoyo para formar uma rede internacional de solidariedade contra as violações da região. Localizada no norte da Zâmbia, Kankoyo integra o Cinturão do Cobre e passou por um rápido processo de industrialização e urbanização.

Apesar de rico em recursos, o país ainda lida com a dificuldade de implementação de serviços básicos e respeito aos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais. Kankoyo vive um conflito com a mineradora sueca Mopani Copper Mine.

Diversas violações de direitos humanos podem ser observadas na região. A população sofre com a poluição do ar: além do pó do minério de cobre, há ainda uma elevada quantidade de fumaça tóxica. Telhados corroídos pelas chuvas ácidas fazem parte da paisagem local.

A qualidade de vida no entorno da mina é péssima: muita pobreza, não há saneamento básico, nem energia. Além dos impactos ambientais, há também impactos sociais, como por exemplo, aumento do consumo de drogas e de álcool. 75% da população local não tem emprego formal e vivem de bicos, além da forte presença da exploração sexual infantil – algo parecido com o que acontece no Brasil na construção de grandes projetos.

O encontro permitiu que se discutisse as várias formas de apoiar Kankoyo, cuja situação muito se aproxima daquela que comunidades brasileiras estão enfrentando com as empresas de mineração, como revelam as tragédias de Mariana e de Brumadinho. 

A potência do poder das ações coletivas das pessoas é o que mobiliza movimentos que lutam contra a desigualdade ao redor do mundo. Em Kankoyo, não é diferente e a atuação das mulheres exerce importante destaque.